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terça-feira, 5 de março de 2013

MERVAL PEREIRA É A VERSÃO TUPINIQUIM DA CUBANA YAONI.

O que mais chama a atenção é que o colunista do Jornal O GLOBO  pareceu ficar surpreso em saber que não é admirado fora de seu  EXÍGUO CIRCULO CONSERVADOR.

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É difícil dizer o que mais impressiona: se a grande imprensa ter perdido a importância que detinha até os anos 1990 – quando ainda tinha relativa influência no cenário político –, ou a desfaçatez com que seus jornalistas, amadurecidos no tapa na arte de reescrever a história, sonegam dados e fatos.

Rei dos instrumentos, por sua extraordinária capacidade de reproduzir os sons orquestrais do REACIONARISMO BRASILEIRO, realizando recitais a pedidos do Instituto Millenium, Merval Pereira personifica a figura paradigmática do teclado da grande mídia corporativa.

Devemos entender que a violência dá as costas à esperança. Devemos preferir a esperança, a esperança da não violência. Este é o caminho que se deve aprender a trilhar.

Stéphane Hessel, autor de “Indignai-vos”.

A epígrafe acima fala sozinha. E reflete a alma do Diário.

Indignação, sim. Violência, não. Luther King é uma eterna inspiração.

Isto posto, algumas palavras sobre um tema que despertou apaixonada polêmica nas redes sociais neste final de semana: o esculacho dado por um grupo de manifestantes no colunista Merval Pereira.

Em sua coluna no Globo, Merval afirmou que teve seu “dia de Yoani”. Foi reconhecido, xingado e hostilizado, segundo seu relato. Chutaram seu carro, afirmou.

A versão dramática foi colocada em dúvida por alguns. “Merval teve seu atentado da bolinha de papel”, tuitou alguém.

A referência é ao clássico episódio em que Serra terminou num aparelho de ressonância magnética, na campanha de 2010, depois de levar uma bolinha de papel na testa piramidal.

Alguém desafiou Merval a provar, com uma vistoria, que seu carro foi danificado.  Ele se negou, tal qual ocorreu com a blogueira cubana, YAONI que se negou a assinar um documento apresentado a ela  por um estudante, afirmando que ela é contra o bloqueio de Cuba pelos Americanos.   Afinal, agora temos a nossa YAONI,  são diferentes apenas no genero.

Tudo isso colocado, e sem que eu de Londres possa elucidar a real dimensão do episódio, o que me impressiona é o seguinte: Merval imaginava que era admirado fora do exíguo circulo conservador em que milita?

Foi o que me pareceu, pelo tom de seu artigo. Merval me lembrou o diretor da Bastilha que estranhou que a multidão não estivesse ali para festejá-lo naquele 14 de Julho de 1789.

A mesma coisa já me chamara a atenção no caso Yoani. Os organizadores da fala em que Yoani foi hostilizada foram claramente surpreendidos pelas vaias entusiasmadas a ela.

Merecidas ou não, e cada um tem sua opinião, as vaias eram absolutamente previsíveis. Yoani virou, no Brasil, ídolo do chamado 1%. Exatamente por isso, será esculachada pelo povo.

A defesa obstinada que Merval faz de causas antipopulares dá a ele uma série de coisas: coluna no Jornal O GLOBO, microfone na CBN e na Globonews e, por isso, bons cachês para palestras.

Mas admiração, carinho, afeto por parte da chamada voz rouca das ruas, evidentemente, não. Já a elite branca paulistana acha-o o “must”.

Merval e congêneres são amplamente detestados, e é surpreendente que não tenham noção disso. Parecem viver num universo paralelo.

Em seu “dia de Yoani” Merval teve, na verdade, um choque de realidade. Está – graças a Deus – inteiro, intacto para fazer as reflexões que o episódio merece.

O mais importante é ele aceitar o fato de que não é, definitivamente, um campeão de popularidade.

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